quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Adeus, 2015.

O ano está a chegar ao fim. E teve de tudo. Preferia que tivesse sido um ano em que pudesse dizer que não aconteceu nada de especial mas que estava feliz assim. Mas não. Este ano teve de tudo, chegadas de rompante, partidas inesperadas e um coração fraco para gerir tudo isso. 
Nunca pensei que acontecesse tanta coisa durante este ano, nunca pensei que há um ano eu pudesse ter os ossos do corpo mais fraturados mas sem marca nenhuma. Nunca pensei que tivesse a garganta arranhada pelas palavras que disse a mais. Nunca pensei que os meus ouvidos tivessem tão doloridos por ouvirem frases que matam. Que matam a esperança, a fé, que matam a coragem, a força, que matam a bondade e a vontade. Que não matam literalmente, mas matam de mais. 
Eu poderia dizer que as coisas más e as pessoas piores ainda que conhecemos se tornam lições e que tudo acontece por alguma coisa e que sou mais forte por isso. Mas é mentira. Não sou mais forte coisa nenhuma, já tinha força para dar e vender, a única coisa que tenho a mais é o nó da garganta que me sufoca quando o meu coração grita de amor. Não, não estou contente pelos obstáculos que foram aparecendo, quem ficaria? Não precisava deles, mas sim de paz. E não, não vou guardar todas as pedras para construir o meu castelo. Eu não queria um castelo, o meu coração era suficientemente quente para se proteger sozinho, agora não, então apenas preciso de uma muralha para que ele não gele por completo.
Queria evitar os clichés e as frases motivadoras que depois se resumem a nada ao longo de novo ano, não porque estou deprimida ou porque me sinto uma vítima deste mundo injusto e cruel. Mas porque eu sei que nada acontece sem que eu faça por isso, as coisas não vão cair do céu e frases batidas não fazem diferença nenhuma.
Este ano não foi o melhor, mas o próximo virá e tenho sorte de estar por cá, aos pedaços e com as pontas partidas, mas ainda ando de pé. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Amor de alguém.

É triste. A verdade desta nova realidade é mesmo triste. Rebentou-se uma bolha que pensei que duraria para sempre, não houve preparação nem aviso prévio, apenas um estrondo que me deixou em sentido, sem sentido nenhum.
Anuncia-se o amor como solução para todos os problemas, não será o amor o maior problema deles todos? Não estarão as pessoas cada vez mais feridas que contagiam a pessoa a seguir com uma ferida maior ainda?
Já tiramos um bocadinho para pensar que possivelmente nunca seremos o grande amor de alguém?
Quando conhecemos alguém novo essa pessoa já viveu alguma história com alguém, já imaginou um futuro, já se desiludiu, já se magoou, e já apanhou os seus próprios cacos do chão. Portanto, possivelmente nunca seremos o amor de alguém, porque esse alguém já teve o seu próprio grande amor. Já teve um amor louco e descontrolado que o fez virar a vida do avesso e voltar a pô-la no sítio, um amor que o fez fazer coisas imaginárias, que lhe fez sentir os ossos todos do corpo e pensar que aquela sensação duraria para sempre.  Mas acabou ou apenas está escondido dentro dele apenas a espreitar pela janela. De qualquer forma, não se vai repetir contigo, não voltará a ser aquela pessoa contigo. 
Então tu, provavelmente, não serás o amor de alguém. 
Será que vamos cair na triste história de ficar com alguém de quem, apenas, gostamos? Ficar com alguém apenas por ficar? Apenas porque é a pessoa certa, mesmo que saibamos que nem sempre o que é o mais certo é o que nos faz mais felizes?
Tudo isto é triste, mas mais triste ainda é pensar que, possivelmente, nunca seremos o amor de alguém.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Quem?


O que é que tu sentes? O que te vai na alma, se ainda a tens? O que te grita a garganta rouca, arranhada por palavras vãs? 
Ainda te sentes pessoa? Boa duvido, mas apenas pessoa? Não te dói os ossos que chocam com as pedras que atiraste?

O que te vai no coração? Desculpa, como te sentes sem coração? Essas pernas aguentam um corpo vazio?
O que te vai na mente? Uma mente oca, cheia de burburinho de maldade, crueldade, falsidade e mentira. 
Os teus pulmões gostam do ar que respiras? Não o sentes pesado?
A tua cabeça descansa de consciência tranquila? Desculpa, qual consciência?
Não és uma pessoa corajosa, por isso, como é que tiveste coragem?

Tu sabes, coragem para alimentares algo que nunca existiu.
Tu sabes, coragem para dizer palavras que só adultos deveriam dizer. 
Tu sabes, coragem para juntares o teu corpo ao meu em forma de abraço. Falso abraço. 
Tu sabes, coragem para me manteres presa com a tua ponta solta. 
Tu sabes, coragem para entrar no meu mundo, destruí-lo e ir embora.
Tu sabes ou não sabes.

Fartei-me de tentar compreender, o nosso mundo não existe. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Os meus eus.

Há uma parte de mim que ri enquanto as lágrimas escorrem o rosto. Há uma parte de mim que cai enquanto me levanto. Há uma parte de mim que é feliz com feridas nos joelhos. Há uma parte de mim que tem o coração partido. Há uma parte de mim que tem o coração inteiro. Há uma parte de mim que canta em silêncio. Há uma parte de mim que o silêncio lhe canta. Há uma parte de mim que vê o copo meio cheio. Há uma parte de mim que está cheia de mais. Há uma parte de mim que escreve o que lhe vai na alma. Há uma parte de mim que não sabe quem é. Há uma parte de mim que respira fundo. Há uma parte de mim que já conhece o fundo. Há uma parte de mim que prefere o amor desmedido. Há uma parte de mim que mede o amor possível. Há uma parte de mim que acredita nas pessoas. Há uma parte de mim que já não vê pessoas. Há uma parte de mim que desconhece a outra. E há uma parte de mim suficientemente teimosa para continuar mesmo que lhe doa o corpo. São duas partes de mim que me fazem inteira, aos pedaços. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Quem sou?

Tenho vivido com um sabor amargo na boca, não é por falta de amor ou de uma boa dose de mel. Mas é um amargo de consciência. Consciência de que este mundo de mundo já tem muito pouco, é apenas um aglomerado de pessoas, que de pessoas também já têm muito pouco. Somos animais racionais que perdemos a capacidade de pensar, ou tiraram-nos a capacidade de acreditar que somos capazes disso.
E é nessa altura que surge o amargo mais amargo que existe, começa na ponta da língua e põe dormente o coração, até o dedo mindinho. 
Num mundo em que ninguém sabe o que é, nem o que merece, nem o que há para além do que existe em frente aos nossos olhos. Perde-se a esperança e encontram-se os dias de chuva, perde-se a confiança e começam os dias nublados. E entre poças e pocinhas, andamos a saltitar sem sitio para ir, muito menos para ficar. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Corações.

É um dia normal de coração. O coração que não sabe bater controlado, um coração que quer ser rebelde e ir por aí, um coração que tem vontade de gritar coisas que nem conhece. Um coração que está num suspiro bloqueado, um coração que não sabe o que sentir. 
É um dia normal entre corações. O meu gosta do teu, tanto que se deixa de conhecer. O  meu quer o teu a pouca distância, a um cheiro de distância. O meu considera que tu lhe pertences, mas de forma calorosa, amorosa, apaixonada e louca de sabores. O meu sente o teu, sente o teu ritmo, o teu tom, e quer-te cada vez mais por isso.
O meu não entende tudo, nem quase nada, mas entende esta sede de te ouvir que o descontrola. O meu coração entende que é amor que lhe percorre o corpo. Um amor que lhe vai fugir.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

É para ir.



"Cheguei ao fundo da estrada 

duas léguas de nada,
não sei o que me mantém (...)"

Estando longe o que faz falta são as coisas pequenas de sempre, as nossas pessoas de sempre. Mas e quando sentimos que nada mais é possível? Para além do sentimento que nos força a cruzar os braços porque não há nada para nos agarrar. 
É ir, com toda a força e coragem no peito. É ir, abarrotar de saudades antecipadas nas malas. É ir, com sonhos e o amor no bolso. É ir, com a certeza de que se for para voltar os braços serão os mesmos mas saberão a bem mais.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Diz-me se vale a pena

" Diz-me se vale a pena enfrentar o mundo
combater numa batalha perdida
ser a cor de uma rosa esquecida 
porquê ser mártir quando o troféu é fruto da imaginação (...)
Diz-me então se vale a pena enfrentar o mundo
ter que viver sobre as regras impostas
ter que lutar contra mágoas opostas
Não quero ser mais uma
Numa sociedade de desilusão
Quero ser alguém de destaque
Alguém que acerta na porta de embarque
Já não sei o que fazer
Eu tentei de tudo (...)"


segunda-feira, 15 de junho de 2015

.

O tempo já não é o mesmo, o tempo já não me diz o mesmo. O tempo acabou.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Portugal


Que país é este em que uma ponta é tão distinta da outra. Onde pessoas não se reconhecem no mesmo espelho. Onde quem é inteiro perde-se pela metade num país que já só tem peças.
Onde se gaba o café e esquece-se quem não o pode beber. Onde se orgulha de uns pasteis que não alimentam quem tem fome. Onde se fala do bom bacalhau, do cozido à Portuguesa, de Santos Populares, do fado e das praias e que pouco se encontra uma boa escola e um bom trabalho. 
Publicita-se os jogos, os passinhos de dança, as cantorias desafinadas e talvez poucos saibam porque é que hoje é dia de Portugal.
E mais poucos ainda conseguem entender o porquê de ficar num país que nos trata como substituíveis, de mão fechada e bolsos escondidos.
Perdemos os valentes descobridores, perdemos Portugal mas no entanto é urgente encontrarmos, um Português não desiste do que lhe pertence e Portugal também é:

"Um paraíso mal gerido e governado, mas com o mar como tapete de entrada e sol a entrar pela peneira furada, que nos aquece o corpo e a alma e que esperamos que não nos dê melanoma. E se der, vamos à praia ao meio dia na mesma, de protector, geleira e cinco chapéus de sol porque ser português é ser desenrascado.

Podemos não ter a organização dos Suíços, o rigor dos alemães, a limpeza dos austríacos, a pontualidade dos britânicos, a meticulosidade dos franceses, o orgulho dos espanhóis ou a riqueza dos escandinavos, mas que somos um povo muito mais simpático e caloroso que esta cambada toda disso não tenho dúvidas. E ser português é isso." 
@porfalarnoutracoisa.sapo.pt  

domingo, 24 de maio de 2015

Palavras que poderiam ser minhas

"Nem sempre conseguimos compreender (e aceitar) tudo o que nos acontece quando acontece. Somos obrigados (pela vida) a aprender a enorme lição de saber dar tempo ao tempo. Somos obrigados a concordar (com a vida) que só aprendendo a dar este tempo ao tempo conseguimos dar um sentido à vida e a tanto daquilo que nos acontece.
Quando passamos por situações de desnorte, quando o equilíbrio que nos é fundamental parece impossível de repor, só este dar-tempo-ao-tempo se revela uma peça-chave. E só o mais convicto crer (e querer) que vamos somando ao tempo que damos (à vida), ajudará a manter a certeza de que todas as coisas voltam, depois, a fazer sentido.
É preciso aprender a esperar. A crer que para tudo existe um sentido. Que nada nem ninguém consegue apagar a luz interior de quem acredita acima de qualquer adversidade. E que só com este sentido se consegue conservar a serenidade e a paz interior."
# ás nove no meu blogue

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Se foi o bem ou o mal



"Hoje voltei abrir a alma, 
pois chamaste-me à razão 
mas por favor vai com calma,
 ainda há vidros pelo chão de quem partiu (...)"

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ai Jesus, minha mãe!


Viva à Língua Portuguesa!

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Palavras que poderiam ser minhas

"O problema de se ser forte é que não nos deixam ser frágeis. Quando toda a gente olha para nós como pessoas de força, destemidas, capazes de tudo, a frase é: ela aguenta. Como se não fôssemos iguais a todos os outros. Como se nos pudessem atirar pedras que nem a uma parede. "

CF

sábado, 25 de abril de 2015

Mulheres com M grande

Todos os dias acordamos e vemos o mundo acontecer, em cada rua, esquina ou alto da montanha, algo surge. E dentro de mim sempre senti que havia coisas que não tinham sentido, eu sentia no coração e sentia na minha pele que se arrepiava em vários momentos. Sempre tive em mim a vontade de ser diferente perante a diferença que já existia, gritar bem alto de mangas arregaçadas mas com o cabelo arrumado. Ser mulher com espirito de força em cima de salto altos. Mas ainda hoje, agora, percebi que uma mulher independente, bonita, inteligente e que sabe o que quer, assusta mais os homens que dia de tempestade sem guarda-chuva. E porquê? Faz-lhes falta serem heróis prontos para salvar as donzelas? Temos que ser, necessariamente, frágeis para lhes preenchermos as medidas? Não deve importar, se não sabem lidar com uma mulher inteira não podem salvar ninguém.
Ficas a perder.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Palavras que poderiam ser minhas


"Passaram três anos e estou farta de mim, 
de não conseguir fazer o que quero sem que tu estejas, de não ser capaz de dizer que não quando me pedes perdão, de ainda acreditar que um dia vais voltar a ser o homem que me conquistou um dia, de ainda esperar que numa manhã destas me acordes com um beijo e um abraço e me digas que a vida existe porque eu existo,
o amor quando nasce é para todos e é bom que saibas disso. (...)



onde foi que ficámos?, onde foi que nos deixámos ficar?,
não me serve este mais ou menos que nunca me serviu, ouviste bem?, não me serve este mais ou menos que nunca me serviu,
o amor quando nasce é para todos e é bom que saibas disso. (....)


Passaram três anos e estou farta de fugir. "

Pedro Chagas Freitas

sábado, 18 de abril de 2015

Coisas que não deveriam ser preciso referir




"Grandes amigos tornam-se estranhos e isso é estranho..."

Alerta para a amizade!

domingo, 12 de abril de 2015

Banda Sonora deste Fim de Semana ;)




Rihanna And Kanye West And Paul McCartney - FourFiveSeconds

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quem és?

As mudanças são boas, podemos estranhar mas depois entranhamos, podem ser mudanças em relação ao corpo, à casa ou à mente. Começamos por mudar pequenos detalhes, muito antes de percebermos que estamos em processo de mudança, podemos deixar de sorrir para algo ou passar a dar gargalhadas mais sonoras, daquelas que fazem tremer o chão e ajudam acordar quem está adormecido.
Podemos deixar de vestir uma cor ou de utilizar um adjectivo, que outrora já teve um sentido e que agora não tem mais. 
Podemos mudar algo de sítio, direccionar o sofá mais para a direita, mudar a cortina, colocar mais fotografias com amores a sorrir. Podemos ainda mudar de sítio ou mudar o sítio.
Podemos ser diferentes sem alterar nada ou fazer mudanças gigantescas e continuar tudo igual.

Eu mudei de sítio, cortei o cabelo, mudei as roupas, alterei os objectos, mudei o meu pensamento e forma de agir perante várias situações. O meu olhar mudou, perdeu o brilho por um lado e está reluzente por outro. 
Não faço escolhas, pois considero que quando temos que decidir entre duas coisas ficamos sempre a perder. Nada concentra em si próprio tudo o que precisamos.
Eu adapto-me ao que surge e, sinceramente, não tinha reparado que estava a mudar, que os meus gostos estavam diferentes, que me rio mais alto, que mexo, ainda mais, as mãos para me expressar, que me revolto com as injustiças que acontecem à minha volta, que não me calo a coisas que não aceito, que digo, ainda mais, aquilo que sinto e penso, mas, agora, importo-me menos com a forma como isso afecta quem ouve. 
Ganhei muita coisa, daquelas que me fazem crescer sem pedir. Mas perdi muitas também, perdi a capacidade de ver sempre a melhor parte das pessoas e situações, perdi a ingenuidade de acreditar, perdi a força de manter o coração puro e aberto para ajudar qualquer pessoa, perdi  a capacidade de confiar, perdi a coragem de abraçar, perdi a facilidade de me dar às pessoas, perdi a capacidade descontrolada de gostar de todas as pessoas que fossem simpáticas comigo. Perdi a esperança em pessoas boas.

Tenho o coração mais frio,
Conseguiram que me adaptasse a este mundo, ao qual antes não fazia parte.

sábado, 28 de março de 2015

Palavras que poderiam ser minhas

"às vezes é preciso saber esperar, dar colo ao coração, aprender a ter recuo de tudo o que nos parece nublado.
é preciso acreditar que quando aprendemos a dar tempo ao tempo tudo acaba por passar, serenar, voltar ao devido lugar.
é preciso teimar em querer ser feliz todos os dias. e aceitar que nem sempre conseguimos. mas persistimos. nos lugares e nos amores certos." 

# ás 9 no meu blogue 

domingo, 22 de março de 2015

Eu em mim mesma.


Eu não sou frágil, não sou fraca e muito menos não me consigo proteger sozinha. Sou muito inteira em mim mesma. Tenho mais força que tu com os teus amigos, tenho mais querer na minha vontade de ser alguém do que tu quando te achas forte por mudares um pneu. E estou bem sozinha. Nunca precisei de ter alguém ao meu lado para tomar conta de mim, sei fazê-lo sozinha. Nunca precisei de ter alguém para me sentir mais feliz, consigo sê-lo sozinha. Não preciso da aprovação de alguém para me sentir bem comigo mesma, eu já sinto. Não preciso de me integrar num grupo que acha que preciso de alguém ao meu lado, como já disse, sou muito inteira em mim mesma.
Sim, não preciso de alguém que me complete, que me ajude a recolher as peças ou que me cure as feridas. Não estou incompleta e muito menos partida ou magoada. 


Sou eu mesma que consigo reunir em mim a força, a energia, o trabalho e o querer todo, sem precisar da ajuda de alguém fisicamente mais forte.
Ficar com alguém significa que há alguém que me acompanha no ritmo e que olha para mim com o amor suficiente para entender que não sou frágil. E que me ame por isso mesmo, para que consigamos ser duas partes inteiras num equilíbrio quase perfeito. E assim, saberei que é amor. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Há em mim.


Há em mim a vontade do passado, uma sede de água já salgada. Há em mim um querer de um mundo que nunca existiu. Há em mim um desejo que me fecha os olhos que já tudo viram, o tudo que só viveu em mim. Há em mim um mundo que me cansa de estar tão cansada, um mundo que escolhi sem saber que era uma escolha. Um mundo que fiz de meu sem nunca o ter pedido. Um mundo que me mudou e me tornou muda. Um mundo que me tira o que nunca foi meu mas que está preso em mim. 
Queria que este mundo, que não é meu nem é de ninguém, se enchesse de palavras que o fizessem girar apenas pelo sopro de uma respiração, que o fizessem ser mais em cada juntar de lábios ao sentir o sabor.
Queria um mundo onde as coisas realmente importam, em que um toque ou um cruzar de olhares faça mossa, que tenha significado.

Queria um mundo mais vivo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A paz não me fica bem

Preciso de paz. Daquela paz gelada que me faz sentir fora de um mundo que há muito não me pertence. Que me faça sair lentamente de um corpo que já não é o meu.
Já só estou aqui, só porque sim. É como um triângulo que perdeu um dos seus lados e com ele levou o equilíbrio.
Preciso de paz verdadeira. Porque este cansaço constante, esta irritação miudinha, este sentido que já não me faz sentido, esta tentativa de acreditar que tudo tem uma razão para ser, de crer que Deus adapta a nossa cruz à nossa força, já não me aguenta de pé.
Tenho-te, tenho-me e tenho o sonho, falta-me as almofadas nos ombros para que me amenizem o esforço. Para que possa deixar de me sentir em cacos.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Feliz Dia dos Apaixonados :)



"Se o tempo é dinheiro eu vou gastá-lo contigo (...) 
A Lua é de quem souber sonhar"

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Fora de mim


O vazio foi embora, já não existe uma falha que precisa de ser preenchida, acabou e eu não senti nada. 
Nem um pensamento que me faça parar no tempo entre o hoje e o que já lá vai, já nem isso. Sou só eu em mim própria, já não existe pedaços do que já foi tudo, já não existe um único sentimento, já não existe aquele formigueiro nas pálpebras nem o ardor ao redor do meu coração. 

Já não existe nada.
Existe felicidade, ainda não tinha percebido o quanto eu ando feliz.
Ainda não tinha reparado na quantidade de vezes que sorrio num dia. Ainda não tinha reparado que já não choro, por sofrimento, há imenso tempo. Ainda não tinha reparado que estou mais solta. Ainda não tinha reparado na quantidade de ideias e projectos que inventei. Ainda não tinha reparado que cresci. Ainda não tinha reparado que estou feliz.

Foi um processo longo, demorado mas o fruto colhido é a melhor recompensa, porque veio devagar, já se instalou e veio para ficar. Fica para sempre, em mim. 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Fernando Pessoa


Tabacaria

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa."

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Palavras que poderiam ser minhas

"Não digas a ninguém, mas no frio da noite, procuro o calor nos teus braços. Nos momentos de angústia e desespero, procuro a calma e segurança, na paz do teu olhar.

Não digas a ninguém, mas é no teu colo que encontro carinho e ternura. É no teu beijo que encontro desejo e paixão.

Não digas a ninguém, mas és tu que dás sentido à minha vida, és tu que me motivas para alcançar objectivos, que me dás força para lutar.

Não digas a ninguém, mas és tu o meu amor eterno...e sei, que sou e serei sempre o teu. Mas descansa, não direi a ninguém."


Pedro Belo

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mundo.


Ando cansada. Extremamente cansada de um mundo que todos os dias te rouba um pouco de ti, e todos os dias te obriga a fazer escolhas e todos os dias te prova que essas escolhas foram as erradas. Este mundo que, obrigatoriamente, temos que fazer parte, onde tentares seguir pelos caminhos mais certos te faz tropeçar e caíres mesmo de frente e esfolares o joelho, as palmas das mãos e envergonhar o resto do corpo.
Num mundo em que passas a tua vida toda a fazer tudo certinho, a controlares as palavras, adoçar as tuas acções, a protegeres quem te rodeia e quem mais amas, no entanto basta que erres uma vez, basta que tomes uma decisão errada e tudo o resto é esquecido, ignorado, é empurrado por umas escada a baixo tal como tu. Tornaste, então, menos pessoa, menos mulher, menos amiga, menos irmã e menos filha, porque todos os dias este mundo te rouba um pouco de ti e tu tens que fingir que isso não te corrói por dentro e que não te está a destruir até a alma. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Palavras que poderiam ser minhas


"Cada vez que deixares o medo entrar-te nas tuas veias, ele vai gelar-te o sangue e paralisar-te os nervos, ficas transformada numa estátua de sal e morres por dentro.
A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias? Nunca se sabe como será o dia de amanhã, por isso não percas tempo (...)"


Margarida Rebelo Pinto

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Parabéns CR7!


O melhor do mundo, do Futebol, é Português.

Já há muito que admiro o Cristiano Ronaldo, não é pelos truques com a bola ou a rapidez nos pés, mas sim pelo conjunto que o completa, pela força, motivação, ambição e humildade. Alguém que vem do nada e desse nada faz tudo, é realmente alguém que merece o que tem conquistado. Tudo o que tem deve-se a ele próprio e apesar de ser o melhor esforça-se sempre, é o primeiro a entrar e o último a sair.
Ele devia ser um exemplo a seguir por todos, e assim, talvez, até os nossos corações já fossem de ouro!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Os Homens também choram...

Descobri que os Homens também choram, que também imaginam conversas e pensam em circunstâncias, descobri que os Homens também sofrem e guardam.
Eu que sempre pensei que os Homens tinham betão no lugar do coração, que não pensavam mais de duas vezes na mesma pessoa, eu que pensava isto tudo fui surpreendida.
E a surpresa foi ainda maior quando percebi que os Homens que choram são Homens por inteiro, e então eu só tenho conhecido metades.

Aquelas metades que acham que são mais homens pela pose máscula, pela voz grave, pelas respostas tortas, pelo sofrimento do sexo oposto, por acharem que têm na mão e magoarem por isso. Mas isto não é ser Homem, e eu estou mais feliz por ter percebido isso.

Os Homens também choram e sabem que o amor magoa fisicamente e grava na pele o que nunca irá ser apagado. Os Homens têm consciência que amarão para sempre a mesma pessoa, e sabem que viver com isso é um processo, sabem fazer o luto, sabem sentir a distância mesmo com o peso no peito. Sabem que deram de si a outra pessoa e que são ainda mais pessoas por isso, ainda mais Homens. Sabem que fizeram a diferença, que se moldaram por isso, que aprenderam e ensinaram com a experiência. Sabem que ninguém fica a mesma pessoa depois de ter sido um "nós" forte e verdadeiro.
Os Homens não são todos iguais, os Homens também choram.
Sou mais feliz por ter percebido isso!

domingo, 11 de janeiro de 2015

Filosofias


Hoje percebi o que andava a perder. O que perdi de mim, das pessoas à minha volta, dos sítios que me rodeiam. Hoje percebi que via tudo turvo, não sentia o que via, não me tinha no que via.
Já tinha pensado sobre isso, mas hoje surgiu uma certeza absoluta. 
Sinto que ando a recuperar, bem aos poucos é certo, mas tenho tido umas surpresas boas que me têm ajudado a transformar metais em pedras preciosas, que me têm permitido olhar para além daquilo que julgamos saber. E o melhor de tudo, é que acontece sem querer, apanham-me desprevenida. 
Isto é o mundo a dizer-me que quem saí, dá oportunidade a outra pessoa para ficar.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Imagine

You may say

I'm a dreamer
But I'm not the only one"






sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Um-dó-li-tá



Para quem anda com o coração às avessas e procura nas entrelinhas pelo seu Príncipe e Princesa, e se por algum motivo estiverem indecisos optem sempre por:




Já não há motivo para não escolherem bem e se encontrarem quem preencha todos estes critérios, aproveitem a oportunidade ;) 


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo




A tentativa de calar lápis alheios vai ter o resultado inverso. Assim espero. Porque no dia em que retrocedamos, em que apaguemos palavras, desenhos, músicas, não será apenas o fim da Liberdade de expressão para a qual se lutou com tanta fé e afinco, em que no processo se perdeu vidas e outras foram violentamente esmagadas por uma pressão que ,felizmente, já não conhecemos, no entanto não será "só" isto que perderemos, mas também ficará esquecido, num cantinho qualquer a nossa identidade. O que faz de nós diferentes dos outros, o que nos distingue, passaremos a ser máquinas sem rosto e de borracha na mão.
Que haja inspiração no coração, amor pela escrita e coragem para fazer acontecer!

Sim, #Jesuischarlie

domingo, 4 de janeiro de 2015

Palavras que poderiam ser minhas

"Todos os corações têm um limite. E é na diferença no que acontece depois desse limite que se faz a diferença entre as pessoas: alguns corações, depois do limite, explodem – e atiram para fora tudo o que estava por dentro a magoar; outros corações, depois do limite, implodem – e atiram para dentro tudo o que estava por fora a magoar.
Seja como for: todos os corações acabam em cacos".
Pedro Chagas Freitas

sábado, 3 de janeiro de 2015

3/365




O meu ano começou bem, algumas peripécias não poderiam faltar. Tive os abraços ternurentos e as palavras mais doces que me fizeram lembrar que até tenho sorte. Tenho sorte nas pessoas que se mantém comigo, que fazem parte de mim como um todo e mais sorte ainda por terem saltado para este novo ano comigo, entre espumante, fogos de artificio, música e muitas muitas gargalhadas. 
2015 tem tudo para dar certo e o meu coração já me segredou que este ano promete!