segunda-feira, 15 de junho de 2015

.

O tempo já não é o mesmo, o tempo já não me diz o mesmo. O tempo acabou.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Portugal


Que país é este em que uma ponta é tão distinta da outra. Onde pessoas não se reconhecem no mesmo espelho. Onde quem é inteiro perde-se pela metade num país que já só tem peças.
Onde se gaba o café e esquece-se quem não o pode beber. Onde se orgulha de uns pasteis que não alimentam quem tem fome. Onde se fala do bom bacalhau, do cozido à Portuguesa, de Santos Populares, do fado e das praias e que pouco se encontra uma boa escola e um bom trabalho. 
Publicita-se os jogos, os passinhos de dança, as cantorias desafinadas e talvez poucos saibam porque é que hoje é dia de Portugal.
E mais poucos ainda conseguem entender o porquê de ficar num país que nos trata como substituíveis, de mão fechada e bolsos escondidos.
Perdemos os valentes descobridores, perdemos Portugal mas no entanto é urgente encontrarmos, um Português não desiste do que lhe pertence e Portugal também é:

"Um paraíso mal gerido e governado, mas com o mar como tapete de entrada e sol a entrar pela peneira furada, que nos aquece o corpo e a alma e que esperamos que não nos dê melanoma. E se der, vamos à praia ao meio dia na mesma, de protector, geleira e cinco chapéus de sol porque ser português é ser desenrascado.

Podemos não ter a organização dos Suíços, o rigor dos alemães, a limpeza dos austríacos, a pontualidade dos britânicos, a meticulosidade dos franceses, o orgulho dos espanhóis ou a riqueza dos escandinavos, mas que somos um povo muito mais simpático e caloroso que esta cambada toda disso não tenho dúvidas. E ser português é isso." 
@porfalarnoutracoisa.sapo.pt