segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Distinções


Existem vários tipos de dores, queixo-me principalmente de dor física, pelo menos é a única em que posso apontar e dizer exactamente onde me dói. Apesar da dor nos ombros, pescoço e as queimaduras nos braços, a dor emocional consegue destacar-se, talvez por não se conseguir explicar, por não existir umas ervas naturais que a façam acalmar.
Dizemos que dói e pedimos que passe com alma e coração, para podermos ter um encontro com a almofada, sem pesadelos ou insónias como intrusos. Desejamos que todo o nosso corpo esteja em sintonia, porém os músculos reclamam do cansaço que faz as pernas tremerem e a cabeça já ouve duas músicas ao mesmo tempo e trabalha demasiado quando tento fechar os olhos.
A força da voz vai ausentando-se como a falta de palavras. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Doce


Gosto de bolos, das suas cores, formas e do que me fazem sentir. Não me refiro ao facto de serem doces, e de isso alegrar o meu organismo, mas sim á maneira como sinto que consigo controlar alguma coisa. Naquele momento dependo de mim (e do meu olho para a culinária), misturo os ingredientes como eu acho que devem ser e se não resultar, voltasse a tentar.
Controlo o açúcar ou o tempo de cozedura, mas é sempre feito com amor que é sem dúvida o elemento mais importante. Se no momento não tiver amor para dar não desista, apenas aconchegue o seu coração e dê-lhe tempo para curar a mágoa que o corrói, depois conseguirá fazer o bolo adequado para o que o seu amor estiver preparado.
Não siga as receitas á risca, o truque está em ser-se ousado.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

&


Ninguém me tira o que já sei, que deveria servir para melhorar, para aprender a errar menos. No entanto, é isso que compõe a “experiencia de vida”, apesar de não ser composta por um conjunto de longos anos, tem em si muitos erros cometidos, alguns arrependimentos ainda por sentir. Porém com a consciência de que não me afastei de mim, do que faz de mim exactamente a pessoa que me tornei.
Dever-me-ia concentrar no singular, menos num conjunto de indivíduos. Mas não penso assim, o plural faz o singular, tal como um verbo não se forma sozinho, a felicidade tem várias silabas que merecem ser divididas. O egoísmo nunca foi uma das minhas características, sou mais um coração de manteiga, e mesmo que por vezes o egoísmo pareça a coisa certa, para mim nunca é o mais acertado.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Aminimigos"


Podemos balançar, tentando atingir o equilíbrio perfeito, não tendo de mais nem tão pouco. Sendo certo, que um salvamento nunca é discreto e imparcial num mundo que se encontra na ponta dos nossos dedos á espera, calmamente, por uma distração, por um sorriso inocente á tanto não visto, para que friamente te lembres que uma desgraça nunca vem só e que a tua certeza, vira certeza absoluta.
O equilíbrio alcança o seu auge quando dás e recebes, quando cuidas e cuidam de ti, nem todos os seres humanos têm a capacidade de reconhecer o valor de cuidar, daqui surgem os amores, as amizades, os ódios ou até os irrelevantes.
 Existem vários tipos de amigos, vou destacar um, são os chamados “aminimigos”. São os amigos á moda de S. Sebastião, que por muito que a gente espere e tenha fé nisso, eles nunca irão aparecer num dia de nevoeiro. Alegram-se com o nosso fracasso e invejam os nossos dias de cor, porém nós importamo-nos com eles, com a sua opinião, porque sabemos dar e somos abençoados por isso.
Venha o que vier, quando vier e se queremos que seja, temos que fazer acontecer.