quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um pedaço de mim encontrado

Esta semana este cantinho fez 4 aninhos, entre correrias, avanços e recuos, só hoje é que vim aqui assinalar esta data, foi no passado dia 24 de Maio, que este espaço está um pouquinho mais crescido, a viver a infância que merece.

E houve por aqui algumas mudanças, aliás imensas mudanças. Há 4 anos eu era uma pessoa, hoje sou outra bastante diferente, de altura não houve grandes alterações (haha), mas o mais importante é o que nos constituí, o que nos faz reagir e agir, andar e mudar. E assim foi, estes últimos anos foram um samba autêntico, mas agora ando apanhar os pedacinhos de mim que ficaram por aí caídos, porque caí no erro de me esquecer de mim.

Mas eu sei, eu voltarei sempre a casa, completa ou incompleta, e terei sempre o abrigo em mim. E voltarei sempre, mesmo que atrasada, mesmo que desarrumada, eu venho e ficarei.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Encontra-me

Andamos por aqui, uns passos para a frente, uns para trás. Andamos por aqui por acolá. Andamos por aqui a vaguear, andamos por aqui entre a terra e o mar. Andamos por aqui sem saber por onde ir, andamos por aqui a maior parte do tempo, só por andar.
Enquanto andamos por aqui e por todo o lado, conhecemos quem nos torna desconhecidos de nós mesmos, e desconhecemos quem nos faria conhecermo-nos. É uma vida de desencontros.
Perdemos a oportunidade de conhecer pessoas que harmonizariam as nossas pequenas vidas por que estamos concentrados no que já nos tiraram.
Andamos por aqui, tu cá tu lá, e eu queria tanto ter o conforto de conhecer quem merece ser conhecido, quem iria fazer alguma diferença em mim, no meu eu incompleto.
Andamos por aqui sem perceber que existe uma enorme necessidade em nós de termos pertinho pessoas de valor, de magnitude, de esplendor, de brilho, de verdade, pessoas que não são meras pessoas, são anjinhos entre o céu e o mar. Flutuam por ai e deveríamos correr o mais rápido possível na sua direcção, mas não, distraímos-nos sem razão.

Perdoem-me por não vos ter conhecido. Lamento imenso não ter dançado contigo. 

domingo, 18 de maio de 2014

Nós em outros


Toca-me. 
O mundo é para ser tocado e ser sentido. 
Não vamos correr atrás de algo se não tivermos forças nas pernas, essa força vem dos pormenores que existem todos os dias ao nosso lado mas que por vezes ficam encadeados. 
Havemos de encontrar o que nos liberta, o que enche o nosso espaço, o que nos enche a nós, o que afasta o frio e a escuridão. O mundo lança-nos perguntas e nem sempre encontramos a resposta, muitas vezes não é por nós mas nem sabemos. Não sabemos o quanto damos de nós a outros, o quanto somos de nós por outros, o quanto somos nós em outros.
São os outros que nos libertam de nós mesmos, da prisão em que teimamos viver por considerarmos que é o melhor para nós, até que entre o balançar da nossa vida que desequilibra a vida de outrem entendemos que nós próprios somos feitos de outros, e que os nossos embalos e desembalos chocam de frente com quem amamos, quem conhecemos, quem nos faz andar em frente, quem nos mantém de pé para a viver a vida que julgamos só nossa. 
Iluminamos-nos e descobrimos que somos muito mais nós com outros e libertamos-nos. 


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Asas de Papel

Todas as pessoas voam, de vez em quando, podem voar a dormir, acordados, de manhã ou à tarde. Podem voar até sem perceber, até sem querer e até prestes a adormecer.
Somos capazes de pôr tudo o que sentimos nas nossas asas, sentimentos que nunca foram ditos e por vezes nem pensados. 
Conseguimos-nos surpreender cada vez que fechamos os olhos e existe um bando de pensamentos, sentimentos, emoções e pormenores que vêm em nosso encontro e descobrimos que queremos coisas novas, e todos os dias desejamos coisas diferentes.
Mas porque é que temos a necessidade de voar? 
Temos de deixar de dizer o que queremos para fazer o que gostaríamos, temos que entender que a arte de voar está em nós, no nosso ser, no nosso conteúdo, e as asas são os passos que damos em frente cada vez que a coragem se faz ouvir.
Para que se possa voar mais leve temos que deixar o que lá vai no sítio em que está, não é por não esquecermos que temos sempre que nos lembrar.



Onde é que aprendeste o que é o infinito ?
Foi na contra-capa de um livro da Anita
Diz-me qual é o teu perfume favorito ?
Pão quente, terra molhada e manjerico


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não sei de onde venho e nem para onde vou. 
Mas eu irei apesar de não ter certeza que isso faz parte do meu querer.
Irei-me balançar entre o aqui e o lá
E um dia hei-de compreender quem não fica mas que cá está
Ainda que seja difícil de entender 
Por vezes temos somente que aceitar
Não estarei aqui entre a areia e o mar
Ficarei de alma lavada e de mãos entrelaçadas
Terei em mim a dor de quem não me acompanhou
Meus olhos chorarão as lágrimas de quem sente
Mas eu ficarei serena
Entre o aqui e o lá
Pronta para sorrir e balançar
Para fazer sentir que estou bem.