sábado, 27 de outubro de 2012

Cada um e cada qual


Neste momento poderia ir buscar as palavras mais complexas que existem no dicionário, lá perdidas em quanto o pó se apodera delas. Não obtêm mais companhia se não o pó que toda a gente rejeita.
Essa mesma gente que rejeita tudo o que altera os seus planos, gente essa que tem mais língua que ouvidos, gente que tem os defeitos nas costas, gente que não passa disso mesmo, de gente.
Mas de que me serve usar e abusar de palavras só quando me convêm, como se o meu ego transbordasse superioridade, fazendo do egoísmo uma qualidade soberana.
Tal como a moeda, existe para tudo duas faces. Trata-se de uma escolha racional e individual, escolher aquela que vai prevalecer, é como as linhas do nosso rosto, nós temo-las sempre mas parte de nós decidir quando e para quem é que queremos que elas realcem.
Como a acção de dar as mãos e o sentimento de perda quando nos largam, é algo bastante simbólico mas que nos faz sentir como se tivéssemos na ponta de um precipício.
Nós não escolhemos quando amanhece ou anoitece, não decidimos em que sitio irá bater o sol ou quando vai chover. As coisas acontecem quando têm que acontecer, porque têm que acontecer – chama-se destino diria eu.
É uma máscara de ferro que cobre tudo o que é de vidro e protege, até ao dia em que a máscara cai e o vidro parte-se. Infelizmente, o vidro não é um puzzle e não dá para montar e desmontar, é parecida á vida de cada um e á confiança de cada qual. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lado do coração errado

Um dia começas a perceber que o tempo fez das suas rebeldias, provocando certas consequências que por muito que tentes, fales ou prometas, parece que estás a remar contra a maré.
Quando te deparas com uma experiência que te afecta tanto a ti como a quem te rodeia, as coisas mudam. Os teus olhos encaram tudo como se só houvesse preto e branco.
Nada voltará a ser como antes, o antes pode ser há um mês, um ano ou até 2. Mas eu gostava que voltasse, que o mais importante fosse o sentimento que partilhamos, ignorando o resto, "ninguém vive de restos".
Isto tudo me entristece, não são amuos ou birras de menina mimada, mas sim uma tristeza de quem  tem medo que os sentimentos não aguentem tudo, aliás, mais alguma coisa. 
Gostava de um abraço apertado e de um voz a dizer "foi tudo um pesadelo". Eu ficava serena e contigo, como se fosse a primeira vez.