sábado, 30 de abril de 2011

Coração

Mantém a calma e num tom baixo, para não o assustares, conta ao teu coração como ele irá sofrer, diz-lhe os pormenores da dor que o vai atingir, não o enganes, não o iludas, a ilusão é apenas as reticências de uma frase inacabada.
Explica-lhe que a desilusão vinda de quem o faz bater mais rápido, o vai magoar de uma forma lenta e quase insuportável, não lhe digas meias-verdades mas pede-lhe força, encoraja-o a controlar os seus batimentos. Refere-lhe que tudo passa, de forma morosa, certamente, pronuncia as palavras de modo meigo transmitindo-lhe a paz que um dia ele irá voltar a sentir.
Acalma-o e equilibra-te, irás ser os olhos para o que ele não conseguir sentir, mas ensina-lhe que a desilusão é um ponto final de uma história já acabada.

sábado, 23 de abril de 2011

Apenas... etapas.

E se aquilo em que acreditas hoje, deixa-se de ser motivo de esperança? O que farias amanha?
Possivelmente surgiam-te vários pensamentos como resposta a esta pergunta, desde a desistar até lutar.
Passando por várias etapas até teres consciência do mais certo e da decisão a tomar. Tendo em conta que todas as decisões têm os seus lados negativos e positivos, pois nem aos dois lados vais agradar.
Mas hoje, enquanto acreditas em algo, não percas a sensibilidade de saber até que ponto é real. Para ti o que é real para outrem pode não ser e vês os pedaços da tua realidade serem rasgados enquanto alguém desvia o olhar.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

*.*


" Se eu voltasse atrás, por minha vontade trocava alguns anos desta vida por um só dia na tua idade..."

Quando corria durante horas pelas ruas, sem dar conta do tempo que passava. Quando cantarolava todas as músicas, quando dormir era uma perca de tempo.
Quando tinha pena dos adultos por serem tão sérios e preocupados, quando ter feridas nas pernas era uma rotina diária.
Durante as noites adormecia, mas sempre com uma atitude de quem estava muito acordada e aguentava mais umas horas.
Depois lá vinham uns dias mais complicados, em que tinha que tomar decisões mais sérias, lá tinha que usar o método mais eficaz para não comprometer o resultado da decisão: " pim-pu-ne-ta"
Nesta altura fazia-se amigos com muita facilidade, bastava que brincassem 5 minutos juntos e julgavam-se amigos para sempre.
Eu gostava muito de balões de animais, só não achava piada quando eles fugiam e o vento os levava.
Não percebo porque agora há discussões, antes bastava um "quem diz é quem é" e pronto, tudo resolvido.
Quando estava na sala de aula, olhava directamente para aquele relógio que estava quase a marcar a hora de saída, já tinha tudo planeado na cabeça, era sair a correr, ir para casa, engolir a comida, sentar-me em frente da televisão enquanto as chiquititas começavam.

Aceito que as coisas tenham mudado, mas não gosto nada da forma como mudaram.
Gostava que um abraço tivesse o mesmo significado que antigamente e gostava ainda mais de acreditar nas palavras como acreditava antes.

domingo, 17 de abril de 2011

Love letter for you





"Tento ser forte como me ensinaste a ser.."
Adoro que saibas sempre o que dizer, quando deves dizer e o porque de o dizeres.
Adoro que apenas seja preciso que olhes para mim, para perceberes que algo está errado.
Adoro a forma como me conheces.
Pois apesar de tudo mudar, começando pelos dias, acabando pelas noites, apesar de algumas palavras perderem o significado, sei , sinto e tenho a certeza que estás comigo.
Dou-te sempre o melhor de mim e recebo tudo o que mereço.
Naqueles dias em que há uma mistura de tristeza e alegria, quando vem um sorriso dando a mão a uma boa memória e a seguir surge uma lágrima balançada pela saudade, sinto a tua presença. É um sentimento não pálpavel, não se controla a sua força.
És como um arco-irís que está sempre presente, permaneces aí juntamente com todos os sons das boas palavras e com as imagens dos melhores gestos. E quando lhe falta cor, tu usas a melhor aguarela.
Obrigada R' & B' <3
" Gente como tu é o melhor que o mundo tem..."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Incompatibilidade

É como se o tempo parasse e tentasses dizer-me algo, um adeus ou um ate já, ou simplesmente paras-te a ver-me passar. É como se guardasses, resistisses e não tivesses força para ir.
Podias tentar escrever e eu ate podia interpretar, não nos dias de hoje mas antigamente, quando as palavras tinham validade e faziam-nos deixar de respirar. Quando uma troca de olhares nos ponham a tremer.
Um passeio entre mãos cruzadas, com palavras embaraçadas e flores.
Quando um silêncio nos envergonhava e nos fazia esquecer.
Mas agora, quando fores, vais partir de mãos vazias sem algo para recordar, pois é um toque e foge, um vai e não volta, um momento perdido e então brinca-se.

domingo, 3 de abril de 2011

Complexidade

Perco-me, dás-me cor, fujo, sinto a tua falta.
Sorrio, estás comigo, vou com beijo de saudade.
Fico, ausência garantida, estou sem ti.
Falo, sons abafados, oiço, silêncio.
Um balão voa, sonhos caiem.
Mãos entrelaçadas, vazio constante, olhares cruzados, presença distante.
Toco-te, em ninguém, quero-te, quem?
Olá, Adeus.

Porque nem sempre as mesmas palavras têm os mesmos significados, dependendo do estado de espírito e da capacidade de ceder do coração perante o pedido da cabeça. Porque nem sempre a verdade é igual para duas pessoas, nem sempre a palavra”amor” têm o mesmo valor, por vezes um “adoro-te” quer dizer muito mais do que sete letras em conjunto. Por vezes destruímos o sentimento, devido á falta de coragem para o construir. Por vezes o coração diz algo que a cabeça não quer ouvir.
Nem sempre duas pessoas que vão lado a lado seguem o mesmo caminho nem têm a mesma intenção. O céu nem sempre é azul, se visto com os olhos do coração, nem sempre seguimos a hora do relógio.
Por vezes precisamos de tempo para ter tempo.