O que é que tu sentes? O que te vai na alma, se ainda a tens? O que te grita a garganta rouca, arranhada por palavras vãs?
Ainda te sentes pessoa? Boa duvido, mas apenas pessoa? Não te dói os ossos que chocam com as pedras que atiraste?
O que te vai no coração? Desculpa, como te sentes sem coração? Essas pernas aguentam um corpo vazio?
O que te vai na mente? Uma mente oca, cheia de burburinho de maldade, crueldade, falsidade e mentira.
Os teus pulmões gostam do ar que respiras? Não o sentes pesado?
A tua cabeça descansa de consciência tranquila? Desculpa, qual consciência?
Não és uma pessoa corajosa, por isso, como é que tiveste coragem?
Tu sabes, coragem para alimentares algo que nunca existiu.
Tu sabes, coragem para dizer palavras que só adultos deveriam dizer.
Tu sabes, coragem para juntares o teu corpo ao meu em forma de abraço. Falso abraço.
Tu sabes, coragem para me manteres presa com a tua ponta solta.
Tu sabes, coragem para entrar no meu mundo, destruí-lo e ir embora.
Tu sabes ou não sabes.
Fartei-me de tentar compreender, o nosso mundo não existe.
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