Consigo escrever sobre muita coisa, menos daquilo que já não tenho. Ainda está para vir o dia em que fale disso sem o peso nos ombros e o apertar do estômago que asfixia as borboletas que outrora lá habitaram. Não sei se fui eu que perdi ou se fui perdida. De qualquer maneira ficamos a perder.
Há-de ser assim, até que sinta o arrepio no pescoço num beijo com ternura, porque para mim é assim quando tenho, não existe mais ninguém à volta. Mas quando voltar a dar as mãos em público, a olhar com amor, a sorrir só porque sim e abraçar como quem ama, significa que é verdade, que estou apaixonada de novo, que existe um novo alguém que me enche, até ao ponto de eu transbordar, e voltarei a não querer olhar para os lados.
Sim, isso vai acontecer. Em breve.
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