Já passou tempo suficiente, aliás mais que suficiente, mas não tinha pensado nisso. No entanto, quando me surge na memória parece-me que foi ontem. Ainda lhe sinto o sabor, o cheiro, a vontade, a dor. Ainda me lembro de os meus olhos brilharem, do meu sorriso pedir para ficares mais um bocadinho, lembro-me de (quase) tudo ao pormenor, mas hoje tenho a certeza de que não me lembrarei para sempre, não me fecharei para sempre, não esperarei para sempre. Parece-me, apesar de me recordar como se fosse ontem, que estás mais longe que nunca, eu não te sinto, eu não te sei sentir, e a cada flash de memória, vejo-te a desfocar, vejo-te a ir embora, vejo-te como ainda não te tinha visto, vejo-te a não te ver.
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