sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

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Por estes dias alguém perdeu alguém, não fui eu e agradeço imenso por isso, mas são sempre coisas que me tocam, que me fazem pensar.
Sei bem que é racional aceitarmos o facto de não estarmos aqui para sempre, mas sinceramente não quero saber de racionalidade em determinados assuntos, parece que isso me tornaria uma pessoa vazia e não quero ser esse tipo de pessoa.
Por vezes chateio-me e reclamo da minha vida e no segundo a seguir arrependo-me, mas não é por pensar que por alguém ter uma vida pior que a minha que tenho que me resignar à vida que tenho, mas sim por saber que são problemas tão pequeninos, sei que um corte de papel também é pequeno e dói, mas é uma dor suportável, uma dor ultrapassável.
Um amor não correspondido, um coração que tem dois amores, um projecto que correu mal, a amiga que nos insultou ou tantas outras coisas, e sentimo-nos descontrolados como se perdessemos as forças das pernas. Como será então que reagiremos quando for uma dor que não tem forma de curar?
Uma dor que faz doer o corpo inteiro sem deixar sequer que consigamos andar a direito, que nos faz arrepiar por tudo e por nada, que nos faz ver a nossa vida numa terceira pessoa e desejar com imensa força que isso fosse verdade. Uma dor que vem depois de uma noite bem dormida e que se torna a última durante um tempo incontável. 
Desejo que todo o sofrimento que os nossos olhos veem e o que os nossos ouvidos ouvem, demore muito ou simplesmente não chegue ao coração. Que tenhamos a sorte de viver a vida, sem meias palavras, sem meias acções e que sejamos capazes de lidar com a dor, não ignorá-la, e que tenhamos a força para andar de pé apesar da dor.


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