domingo, 5 de junho de 2011

Eu já...

Já dirigi palavras ao vento, ja brinquei de mãos dadas, já fiz um balão voar, já tirei petalas a um malmequer, já corri desalmada e cai no chão. Já fiz castelos na areia e vi as suas muralhas serem destruidas pela mais comum onda. Já conheci pessoas, já me dei a conhecer, já fui fraca e me apaixonei por um olhar, já senti o suave toque de uma mão quente, já ouvi palavras em vão e vivi no preto e branco.
Já conheci o efeito secundário de uma lágrima e contei as estrelas do céu. Já ri como uma menina, acreditei em fadas e já sonhei. Já andei de baloiço e voei.
Tive imaginação e criatividade, dei nomes a bonecas e chorei por um pássaro.
Já me escondi, já me assustei, tive medo do escuro e cantei. Já escrevi cartas, li poemas, fiz teatro e dancei. Já senti a pior das dores e tive a maior das forças.
Já chorei, calei, gritei, amuei, sofri, sorri, cai e levantei-me, já odiei, desprezei, menti, amei e gostei.
Já me apoiei, falei, trabalhei, esforcei-me, já esqueci, esperei e tornei-me, já me senti angustiada, magoada, traída e sozinha.
Já me perdi, confiei, admiti, iludi-me e desiludi-me, já fui considerada amarga, irritante, fria, insensivel e arrogante. Já me elogiaram e já me mentiram.
No fim, já apaguei, eliminei e nunca mais lembrei, no entanto, sonho, corro, salto, sorrio, escrevo, falo, preocupo-me, oiço e luto.
Concluindo, crescer requer demasiado esforço.

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